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A nova geopolítica mundial, a ordem global em transição.

  • Foto do escritor: Jeff Figueiredo
    Jeff Figueiredo
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura


A geopolítica mundial está passando por uma das transições mais complexas desde o fim da Guerra Fria. A antiga ordem baseada na hegemonia dos Estados Unidos, consolidada nos anos 1990, vem sendo questionada por novos polos de poder, conflitos regionais, disputas tecnológicas e reconfigurações econômicas. O que parecia ser um mundo "globalizado" e integrado, agora revela linhas de fragmentação que impactam economias, sociedades e a segurança internacional.


A Desglobalização e a Multipolaridade


A nova geopolítica é caracterizada pela transição de um mundo unipolar para um mundo multipolar. Estados Unidos, China, União Europeia, Rússia, Índia e outros blocos regionais disputam influência em diversas frentes: militar, econômica, tecnológica e cultural.

O que muitos especialistas chamam de "desglobalização" não significa o fim das trocas internacionais, mas a reorganização de cadeias produtivas com base em interesses estratégicos nacionais e regionais. Exemplos claros disso são a guerra comercial entre China e Estados Unidos, o fortalecimento de políticas protecionistas e a busca por autossuficiência tecnológica em setores críticos como semicondutores, inteligência artificial e energia.


Conflitos Regionais com Impacto Global


Conflitos armados também marcam essa nova fase da geopolítica mundial. A guerra entre Rússia e Ucrânia reativou tensões militares na Europa e trouxe impactos globais em cadeias de energia, alimentos e segurança. O Oriente Médio, com as tensões entre Irã, Israel e grupos armados, continua sendo um epicentro de instabilidade. No Pacífico, a questão de Taiwan representa um dos maiores riscos de escalada militar envolvendo diretamente China e Estados Unidos.

Além dos conflitos tradicionais, as guerras informacionais e cibernéticas ganharam espaço, com ataques digitais capazes de desestabilizar governos, empresas e populações inteiras.


A Nova Corrida Tecnológica


A tecnologia se tornou o novo campo de batalha geopolítico. O domínio da inteligência artificial, do 5G, das baterias de alta capacidade, da computação quântica e das plataformas digitais define quem lidera a economia do século XXI. China e Estados Unidos travam uma verdadeira guerra tecnológica, com embargos, espionagem industrial e subsídios bilionários para desenvolver suas próprias cadeias produtivas.

Além disso, o controle de dados e a influência sobre as narrativas globais transformaram big techs e plataformas digitais em atores estratégicos na disputa por poder.


Energia, Meio Ambiente e a Nova Diplomacia Verde


A transição energética também está no centro da nova geopolítica. Países que dominam as cadeias de minerais críticos — como lítio, cobalto e terras raras — ganharam protagonismo. Ao mesmo tempo, o petróleo e o gás continuam como fatores decisivos em alianças e disputas, como evidenciado pelas políticas da OPEP e pela guerra na Ucrânia.

A diplomacia ambiental emerge como uma nova forma de poder, com acordos climáticos, financiamento verde e restrições ambientais servindo tanto como instrumentos de cooperação quanto de competição entre nações.


A Crise das Instituições Globais


Organismos como a ONU, a OMC e o FMI enfrentam desafios para se manterem relevantes em um mundo onde potências preferem alianças bilaterais ou blocos regionais. A fragmentação das normas internacionais e o enfraquecimento do multilateralismo aumentam o risco de um mundo mais instável e menos previsível.




A nova geopolítica mundial exige uma leitura atenta e dinâmica das transformações em curso. Vivemos um momento em que o equilíbrio de poder está sendo redesenhado em várias dimensões: econômica, militar, tecnológica e ambiental. As nações e as sociedades que melhor compreenderem e se adaptarem a essa nova realidade terão mais chances de prosperar em um cenário global cada vez mais competitivo e instável.



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